quarta-feira, 17 de março de 2010

Cáritas Special

Num momento em que o trabalho ganha cada vez maior intensidade e aprendo a “desenrascar-me” melhor num tipo de medicina praticamente sem recursos tecnológicos a que estava pouco habituado, fora do hospital dão-se acontecimentos que me continuam a surpreender e a dar força. Hoje conto-vos as histórias de três pessoas com um coração muito grande que tive o privilégio de poder conhecer e me tornar amigo.

Poucas semanas depois de chegar a STP, conheci a Marta, uma professora de História, Portuguesa, que aqui vive há 7 anos. Passados alguns dias e depois de nos conhecermos melhor, confidenciou-me que tinha há já algum tempo o desejo de poder adoptar uma criança e que gostaria de me acompanhar numa visita à Cáritas para tentar perceber se seria este o momento ideal. Como a mim me tocou a primeira vez que visitei a instituição, também a ela, creio, aconteceu o mesmo. As dúvidas dissiparam-se e brevemente dará início a todo o processo que, ao que parece, não é muito fácil, mas certamente será muito recompensador.

Não fosse este episódio suficientemente motivador, na 6ª Feira passada, no próprio dia em que chegaram, conheci a Sara e o Henrique, um casal português que veio de férias com um objectivo. Também eles querem adoptar uma criança santomense. Num ambiente de descontracção, já em ritmo de fim-de-semana, abordaram-me depois de me terem reconhecido através das fotos que publiquei neste blog. Que sensação! Contaram-me que era a 2ª vez que visitavam a ilha mas que desta vez vinham com a intenção de iniciarem um processo de adopção e que gostariam de, eventualmente, o fazer com uma das crianças da Cáritas. Ontem visitámos o orfanato e foi uma tarde muito bem passada. Resolvidas as questões de saúde de alguns dos meninos, passámos à bincadeira e foi uma excitação para todos, pequenos e graúdos. Também para eles o processo não será fácil, ainda para mais tratando-se de uma permanência de curta duração. Mas, espero que saibam, bem como a Marta, que estarei aqui disponível para ajudar no que for preciso. Leve o tempo que levar estou seguro que no final terão sucesso e conseguirão dar a oportunidade de uma vida melhor a algumas destas crianças.

Aos três um agradecimento do fundo do coração por me deixarem participar neste processo e por me permitirem sentir a minha presença ainda mais especial.

1 comentário:

Anónimo disse...

Olá Ricardo, sou a Mafalda vizinha da tua mãe em Vila Real. Quero em primeiro lugar felicitar-te pela coragem com decidis-te partir para essa aventura solidária. Deixar o conforto de nossas casas para ajudar o próximo não deve ser fácil, muito menos quando o próximo tem tanta necessidade de ser ajudado como é o caso do povo santomense.
Tenho lido atentamente o teu blog e ainda não tinha tido oportunidade de fazer um comentário.
Deviam existir mais pessoas como tu, com a tua coragem. Um dia gostava de fazer o mesmo, quem sabe.
O resto de uma boa estadia e até breve.

Um beijo Mafalda.